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“Eu sou o coração partido do Jack”

Eu não sou o meu carro
Eu não sou meu cabelo
Esse nome não sou eu
Muito menos esse corpo
Não tenho cor nem cheiro
Não pertenço a lugar algum
Eu posso ir e vir como eu quero
Nada me toca nem aprisiona

[...]
                                      
Eu não sou a comida que eu como
Não sou a roupa que eu visto
Não espere por uma resposta
Porque eu não tenho explicação
Eu não sou a minha casa
Não faço parte da minha rua

Pitty, “Só de passagem”

Alguma semelhança com as palavras de Tyler?


Um de meus filmes favoritos chama-se Fight Club (1999, David Fincher). Assisti pela primeira vez há alguns poucos anos. Em 1999, eu era uma guria de 11 anos de idade que assistia Sakura Card Captors e DBZ e claro que não acompanhei as polêmicas em torno do filme na época. Esse é um daqueles filmes incompreendidos que tem gente que ama e outros que odeiam e que é acima de tudo, cultuado. Para mim, que me enquadro no grupo dos que idolatram o filme, sinceramente não compreendo como alguém não consegue gostar de “O clube da luta”. Gente, o filme não é só porrada. Nada de S. Stalone, J. C. Van Damme e Steven Segal, peloamordedeus! Mas paciência com quem não entende a metáfora até porque o cara que aluga um filme com esse nome não está esperando ver problemas existências ou críticas ao consumismo.

Gostaria de abrir um breve parêntese. No Brasil, como todos devem sabem já que foi exaustivamente divulgado pela mídia, o filme ficou associado à tragédia do cara que entrou armado na sessão de cinema e atirou nas pessoas. Culpar o filme, mesmo o cara afirmando que nem tinha assistido, é mais um daqueles reducionismos que o senso-comum adora fazer. Todos os outros fatores que contribuíram para a tragédia são esquecidos. Fazer o quê se é mais fácil culpar um filme?

"Aquilo que você possui acaba por possuir você."
 
Baseado na obra do escritor Chuck Palahniuk de 1996, o filme de Fincher é um verdadeiro“soco no estômago”. A mensagem do filme me tocou profundamente, a ideia de superar a dor e reagir, lutar por aquilo que se quer. Reconheça que a vida é dura e você não pode fugir dela. Saia do seu imobilismo, pelo amor de Deus, reaja! Lembro da experiência de assistir esse filme pela primeira vez, sensação que se repetiu comigo poucas vezes após ver um filme. Uma das frases mais legais que acho é aquela em que o narrador diz: “Esta é sua vida e ela está acabando a cada minuto”. Outra é quando Tyler fala: “A publicidade imprime carros e trapos, empregos que detestamos para comprarmos merdas que não precisamos. Somos os filhos no meio desta história, Sem objetivo nem lugar, Não temos nenhuma grande guerra, Não temos nenhuma grande depressão, Nossa guerra é espiritual, A grande depressão é nossas vidas. Fomos criados pela televisão para acreditar que um dia seríamos ricos, estrelas de cinema. Mas não seremos. E estamos aos poucos aprendendo isso”.

Norton e Helena B. Carter: dupla dinâmica
 
 Edward Norton, Brad Pitt, Helena Bonham Carter são o trio perfeito. Juntos, são responsáveis por tornar a narrativa irresistível de se ver. Helena B. Carter é umas de minhas atrizes favoritas, aqui ela está perfeita no papel de Marla Singer tão pop quanto o Tyler Durden de Brad Pitt. A cena final ao som de “Where`s my mind?” em que Marla e o personagem de E. Norton dão as mãos é umas das mais cults do cinema. Nessa hora, fazer o que? Me emociono!

"I love Marla Singer´s styles"
 
Regras do Clube da luta:
  1. Você não fala sobre o Clube da Luta
  2. Você não fala sobre o Clube da Luta
  3. Quando alguém gritar "pára!", sinalizar ou desmaiar, a luta acaba
  4. Somente duas pessoas por luta
  5. Uma luta de cada vez
  6. Sem camisa, sem sapatos
  7. As lutas duram o tempo que for necessário
  8. Se for a sua primeira noite no Clube da luta, você tem que lutar!

Se você está lendo esse aviso, então este aviso é para você. Cada palavra lida deste texto inútil é um segundo perdido da sua vida. Você não tem mais nada para fazer? Sua vida é tão vazia que você não consegue vivê-la melhor? Ou você está tão impressionado com a autoridade que respeita todos aqueles que a exercem em você? Você lê tudo o que deveria ler? Pensa tudo o que deveria pensar? Compra tudo o que lhe dizem para comprar? Saia do seu apartamento! Encontre uma mulher! Pare de comprar tanto e de se masturbar tanto! Peça demissão! Comece a brigar! Prove que você está vivo! Se você não fizer valer pelo seu lado humano, você se tornará apenas mais um número. Você foi avisado... Tyler.




The end


Bruna Rios

Bruna Rios

5 comentários:

  1. O filme é muito bom realmente, uma critica ao homem que tornou-se vazio de tanto "consumiu" fora de si,das inutilidades e "facilidades" da vida, entre as outras muitas temáticas do filme, um dos poucos filmes que considero igual ou talvez melhor que o próprio livro em nivel de qualidade.Ótimo post Brunna, xau ;]

    "Eu sou duto biliar irado do Jack."

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  2. Foda o cara aí bem dizer disse tudo que eu ja ia falar :(
    (exceto essa última frase dele ¬¬)
    Mas pra não ficar sem dizer nada nem perder a originalidades vou comentar sobre o que você disse entre as linhas 6 e 9 (contando do paragráfo)

    Um pai, querendo que o filho de 11 tenha conhecimento do que é ser "homem de verdade", aproveitou a oportunidade que sua mulher não estava em casa para passar um filme "educativo".

    Os dois assistiam ao filme no sofá com as janelas da sala fechadas para dar privacidade. Na metade do filme o filho sem enteder muito pergunta:
    "Pai, esse filme não tem uma boa trilha sonora, as falas praticamente não existem, a historia não faz sentido e por que esse cara aí fica fudendo todo mundo?"

    O pai respondeu:
    "Por quê esse cara é o Rambo!"



    Espero ter feito alguém rir isso acaonteceu com um tio meu huahahahahaa

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  3. Bom filme esse! Bem subversivo. É intem de coleção!

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    Respostas
    1. é sim, alex. por isso fiz questão de ter o dvd. Bjs, lindo.

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