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Há 15 anos, no dia quatro de setembro de 1995, surgia na TV a personagem mais irada do momento. Após chutar muitos traseiros, Xena, warrior princess, se tornou uma referência da pop culture.


“In sins of past she was reborn. In a Friend in Need she was laid to rest. What happened during the years is between is what creates a legend.” – Dvd: Edição de Anivérsário de 10 anos.


Nossa heroína é uma poderosa guerreira forjada no calor do fogo da batalha. Xena de Amphipolis foi durante a maior parte de sua vida, uma cruel assassina e mercenária, responsável por inúmeras mortes (tantas que até ela perdeu a conta). Na mitologia da série são comuns episódios em fhashback mostrando a Evil Xena que se caracterizava por não ter medo de nada e está sempre buscando alguém mais forte para derrotar.


No entanto, Xena decide abandonar o caminho de violência, sangue e sede de poder para lutar por algo mais “nobre”. Como todo pecador, ela busca redenção, embora julgue não merecê-la. Afinal, ela cometeu tantos horrores em sua vida de assassina sanguinária que garantiriam a ela uma passagem sem volta para o Tártaro. Em sua jornada por redenção e perdão por seus pecados passados, a guerreira lendária ajuda todas as pessoas com problemas que aparecem na sua frente, enquanto confronta-se com seu passado imperfeito.


Para não cair na tentação de seguir seu lado sombrio e desviar-se de seu novo caminho, ela conta com a ajuda incondicional de sua amiga, companheira de viagem e outras coisas mais, Gabrielle, uma garota loira e um pouco irritante que ela pegou pelo caminho e decidiu não largar mais. Quando elas se conheceram, Gaby era uma garota doce e ingênua, cheia de estórias para contar que se deixa seduzir por uma vida de viagens e aventuras pelo mundo, para além da vida pacata e entediante da pequena vila onde cresceu, Potédia. Ela vê na guerreira a oportunidade de realizar seu sonho e assim decide seguir os passos de Xena. Daí em diante, vive de bar em bar à procura de problemas e de uma boa refeição, afinal ninguém é de ferro.


Aqui vemos algo peculiar, no início da amizade de ambas, o jeito ingênuo e lúdico da garota traz equilíbrio ao temperamento difícil e marrento de Xena, que nunca foi lá muito simpática. No entanto, no decorrer do relacionamento das duas, a evolução tanto física quanto psicológica de Gaby é evidente. Isso acaba trazendo mais complexidade à relação de amizade existente entre ambas, tornando esta mais difícil de definição.(embora existam por aí diversos rótulos). Mérito, principalmente de Lucy Lawless e Renné O`Connor que dão um aspecto mais humano às suas personagens e oferecem ao show algo mais do que humor despretensioso e ação desmedida.


Como bom aprendiz, Gaby segue os passos de seu mestre e aprende suas habilidades de que como todos sabem, Xena possui muitas. Logo, ela não faz feio em um bom fight. E no fim da série substitui à amiga e passa a ser conhecida como Poetisa das batalhas de Potédia (se não me engano). Uma das marcas registradas da série era o destaque dado as mulheres, sempre tão fortes quanto os homens, muitas vezes superando estes em força física e habilidade. Por outro lado, o show tinha seus traços apelativos como mostrar sempre as mulheres em trajes míninos, fazendo a festa do público masculino. O diretor Quentin Tarantino sempre foi fã entusiasta da série. Lembramos que nos filmes desse diretor as mulheres possuem sempre um papel de destaque, são fortes sem deixarem de ser sensíveis, exalam feminilidade e esperteza.


De cara fechada, Xena mete medo em seus adversários com seus gritos de guerra, suas cambalhotas e malabarismos, chutes potentes e armas afiadas como sua inseparável espada e seu chackram, uma das principais marcas de heroina. Além disso, ela conta com o conhecimento da técnica dos pontos de pressão que com golpes rápidos paralisam o inimigo e nos pontos certos também ajudam a diminuir a dor ou conter hemorragias o que é muito útil na vida que ela leva.


Ela também é conhecida por ser uma excelente estrategista, adora preparar uma boa armadilha e estudar as táticas inimigas. Afinal, ela já liderou um exército e conhece vários truques. Devido a seu passado obscuro (e sua forte personalidade), Xena é de longe a heroína que só faz o bem, vive sorrindo à toa e adora pássaros. O negócio dela é cavalos. Ela tem impulsos sombrios, é luxuriosa, adora exibir seus dotes físicos, sem falar que possui uma língua venenosa. Mas apesar da força, da paixão e do perigo, ela possui a coragem de um herói de verdade e a determinação para mudar o mundo. Afinal, não é por isso que os lendários heróis lutam, por um Bem maior. A princesa guerreira enfrenta qualquer desafio de cabeça erguida e não foge de uma boa briga, mostrando que todo dia é dia de se lutar por uma boa causa. Além disso, ela é tem um lado sensível ao sofrimento alheio e adora trocar frases apaixonadas com sua amiga a quem protege com a própria vida.


Além de lutar contra seu passado e como todo bom herói que se preze, Xena precisa de um antagonista à altura. Ela possui inimigos que adoram pegar no seu pé, gente que a persegue desde que ela era má e é tão má quanto ela era. Uma de suas inimigas que mais deu as caras foi a loira-magricela-psicopata-assassina e sanguinária, Calisto.


Calisto deseja vingar-se de Xena por ela ter destruído sua aldeia e assassinado sua família quando ela era apenas uma garotinha inocente que não podia se defender sozinha. Mas não se engane, Calisto é de longe o inimigo número Um de nossa heroína redimida. Seus encontros são clássicos, verdadeiramente antológicos, em que elas trocam farpas e frases de efeito entre os combates. Além disso, Calisto apronta todas para cima da arquiinimiga. Ela sabe que o melhor modo de atingi-la é através de Gaby, seu “calcanhar de Aquilles”. Por isso, sequestra a garota, faz presunto do marido dela e quase consegue destruir a amizade transcendental das duas.


Calisto é insistente e mesmo depois de condenada a queimar no inferno ela retorna e causa a crucificação das duas pelas mãos dos romanos nos Idos de Março. Apesar de tudo, o irônico é que Cal é purificada pelo sacrifício de Xena e transforma-se num anjo. Será que ela teria se tornado o que era se Xena não tivesse queimado sua família? Enfim, Calisto descobre que “o amor é o caminho” e consegue o perdão de Gaby. (Como tudo no universo de Xena, você tem que amar a ironia)


Outro inimigo que adora pegar no pé e a persegue até em outras encarnações é a poderosa Alti, que no seu passado seduziu Xena com desejos de grandeza e poder absoluto. Ela é doida mesmo e para atingir Xena apronta até com o filho da heroína com Bórias, antes mesmo deste nascer. Entre uma batalha espiritual e outra, elas se enfrentam algumas vezes e, é claro, Xena leva a melhor.


E falando em pegar no pé, “o pegador de pé” oficial de Xena é sem dúvida Ares, o charmoso e gostosão God of War grego. Mas do que apenas confrontar Xena que antes havia servido aos seus propósitos de guerra e destruição, Ares parece mesmo é querer dá uns pegas nela. Mas apesar de não negar fogo aos antigos amantes que deixou pelo seu caminho, Xena resiste às investidas de Ares. Os dois possuem um assunto inacabado e ficam no chove-não-molha durante todo o seriado.


No fim, apesar de nossa heroína ter voltado da morte algumas vezes (até isso ela fez) e após literalmente perder a cabeça, Xena faz seu último sacrifício para reparar seus pecados. Para ser um verdadeiro herói não basta apenas derrotar o inimigo, às vezes é preciso abrir mão daquilo que mais se deseja por um Bem maior.



Bruna Rios

Bruna Rios

Um comentário:

  1. XENA, é um seriado espetacular....
    aborda a cultura e mitologia grega e ainda nos repassa um mundo de fantasia e ilusões....
    Linda a abordagem Bruna!" :D

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