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Sobre o Amor e outros desastres...

Fonte da Imagem: http://ocoracaopeludo.blogspot.com/2011/05/amor-voce-sabe-o-que-e.html


“Eu amo você e não importa o que vão dizer, eu quero só você...”. Esses refrãos de músicas pegajosos grudam na nossa cabeça e lá se instalam como parasitas comedores de cérebro. Ok, a metáfora não é nada bonita, principalmente antes de fazer de falar sobre algo tão lindo e intenso como o amor. Como diria a bruxa do 71: “Ah, o amor...”.

Sim, o amor.

Infelizmente, ele está cada vez mais banalizado hoje em dia. Mas não quero falar aqui sobre relacionamentos, em vez disso, a pergunta que fica é o que significa o amor para cada um de nós? Bem, como tudo na vida, acredito que cada um dá o seu significado ao amor de acordo com suas experiências, com seus sonhos e ilusões. O amor como abstração pode ser comparado a um sonho, quem de nós não sonhou alguma vez viver uma grande história de amor, daquelas que crescemos ouvindo falar sobre e que mais tarde se transformam em comédias românticas exibidas no cinema no sábado à noite?

“Não é isso que todos queremos? Alguém que olhe tão profundamente dentro de nossa alma que encontre lá algo pelo qual valha à pena morrer?”

Se confrontar com a realidade pode ser doloroso às vezes. Mas podemos suportar mais do que imaginamos. Podemos levar um “fora” da vida hoje e, com sorte, juntar os pedaços no outro dia. Encontrar um amor “verdadeiro”, dizem, é raro. Mas o que é um amor verdadeiro? Um amor perfeito? Que corresponda a todas as nossas expectativas? Isso sim é ilusão, todos sabem que isso não existe. Só se engana quem quer, porque meu amor não é perfeito, tem todos os defeitos do mundo, mas eu o amo exatamente como ele é. Embora nosso narcisismo seja o pior inimigo do nosso amor. Às vezes, não deixamos o amor acontecer porque levamos nossas expectativas a um ponto tão alto, que ninguém nunca vai conseguir atingi-las.


Em Harold and Maude, “Ensina-me a viver” (1971), o amor está onde menos se espera. O jovem Harold possui uma fixação mórbida pela morte, seu hobby, acreditem, é assistir velórios. A verdade é que sua vida é vazia e apática até que conhece Maude, uma mulher muitos anos mais velha, por quem se apaixona e o faz ver a vida com outros olhos. Para as outras personagens do filme a relação é imoral, a sociedade simplesmente não aceita uma situação tão fora do comum. Chega a ser quase uma metáfora do que acontece geralmente quando nos apaixonamos por alguém que não corresponde com o desejo de nossos familiares que queriam “algo melhor” para nós. Parece até absurdo, mas isso acontece, como se nós não pudéssemos ser responsáveis por nossas próprias escolhas, entre elas, viver com quem escolhemos para envelhecer junto.

Quem de nós não gostaria de encontrar uma pessoa como Maude em sua vida, uma pessoa tão apaixonante e cheia de energia que seria enviada para nos tirar de nosso imobilismo, nos dando um “soco no rosto”, nos obrigando a encontrar algo que dê um significado para nossa existência? Para Harold, Maude lhe dá esse significado. E isso é amor verdadeiro.

“Tu és o grande amor da minha vida, e você é minha querida e por você, eu sinto calor.”

Acho que encontrei minha Maude, por quem sinto calor. Podem não acreditar, mas sou uma romântica irremediável. Com que surpresa, me deparei certa ocasião em que conversava com uma amiga. Dizia que toda vez que ouvia Adriana Calcanhotto era como morrer e nascer de novo, que meu coração se enchia de alegria e amor. Ela ficou reticente, não acreditando que alguém como eu “tão racional” pudesse me comover ao ouvir música ou poesia. Desse dia em diante, passei a saber algo que antes apenas desconfiava: as pessoas não me conheciam. Pelo menos não como alguém que pudesse ter sentimentos verdadeiros. Um conselho para os apaixonados: ouçam Adriana Calcanhotto e sejam transportados para um mundo de sensibilidade.

Sempre amei as Love songs, principalmente, Air suplly. Minha favorita é Making Love Out Of Nothing At All, “And I can make tonight forever/Or I can make it disappear by the dawn/And I can make you every promise that has ever been made, and I can make all your demons be gone”. Não tem como não ser, é uma canção perfeita. Acho que esse tipo de música arranca de nós a sensibilidade que está escondida sob a superfície, às vezes, parecem que estão falando exatamente sobre nós, sobre o que estamos sentindo por alguém. Porque o amor é universal.

“I love you baby and if it's quite all right, I need you baby to warm the lonely nights. I love you baby trust in me when I say…”

Durante um tempo sustentei uma teoria, entre tantas as que já elaborei, era a de que “todos os amores são amores platônicos”. Em que sentido? Bem, é que sempre achei os amores platônicos os mais tristes, no entanto, bastante verdadeiros. Triste, obviamente, andar por aí carregando a pessoa que ama consigo sem que a outra pessoa não faça a mínina ideia de que é amada. Ouvi uma vez que o amor não deveria ser escondido. Verdadeiro, bem, verdadeiro porque não exige nada em troca além da figura da pessoa amada. Trata-se de dá sem receber nada em troca. “O amor não é egoísta, não sente inveja ou se envaideça.”

No mundo globalizado de hoje, as coisas precisam acontecer muito rápido. Do contrário, se fica para trás. Não há tempo nem mais para nos apaixonarmos, o romance fica limitado às novelas de televisão que, cada vez mais, valorizam as traições para dá “emoção à trama”. As pessoas estão começando relacionamentos, e pasmem, terminando relacionamentos, pela internet. O sexo é supervalorizado, como uma moeda de troca. E estamos consumindo “pessoas”. Se numa noite não “pego” pelo menos oito. Estou por fora, ultrapassada.

Não sou puritana, e repudio todas as formas de repressão do corpo e sim, levanto a bandeira feminista quando necessária. Acho que cada um pode fazer as escolhas que quiser, mas penso que estamos apenas aplicando a lógica capitalista às nossas vidas. O pior disso é que essa lógica se estendeu a tudo, inclusive ao sexo e consequentemente ao que se entende por amor. Apesar disso, ainda tenho esperança nos românticos.

Quanto ao sexo, como diz a canção: Sexo vem dos outros e vai embora. Amor vem de nós e demora... Sexo, se pode ter com qualquer um, em qualquer lugar, mas o amor, o amor é raro.






Bruna Rios

Bruna Rios

2 comentários:

  1. Fico até feliz de ser o primeiro a comentar esse post pois assim a credibilidade, a intanção e a honestidade de minhas palavras serão menos questionadas. :-)

    Uma ótima colocação, deveras. De fato nos dias corridos de hoje, a antes conduta do [i]"viva, conheça e construa"[/i] foi trocada por "oi! sexo e tchau!". Parafraseando Shakespeare "(...) você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas." Embora os conceitos de beleza e bom tenham sidos corronpidos por uma sociedade de capital, a essência da idéia permanece.
    Porem, não distante é difícil entender por que ha memos romance nos corações dessa geração, em quanto nossos avós encontravam uma pessoa para envelhecer por toda uma vida, busca-se agora uma pessoa pra "ficar" por alguns instantes, esse relacionamento relampago é apenas uma forma de se afimar para outros "pegadores" dentro da nossa sociedade sem tempo pra amar. O que é até meio controveso porque esses ficantes tiram o minino (se é que tiram!) conhecimento de vida, de relacionamento socio-amoroso, companheirismo e o mais importante, amor.

    O que é uma pena, pois quem não se sente bem ouvindo "Still Loving You" dos Scorpions? ou "You And I"? ou Journey - "Don't Stop Believing" Poh meu pai ainda têm os LPs, ou um poema como O Menestrel? As pessoas estão perdendo uma sensibilidade natural pela emoção e incorporando o instinto quase que totalmente animal no lugar do cerebro (What's in your head? In your head... Zombie, zombie, zombie?). Lastimavelmente, hoje as músicas que penetram em nossos ouvidos são na maioria uma apologia ao sexo e a exaltação do corpo feminino com ferramenta de prazer.

    Sindo dizer, que eu mesmo já tenha sido mais romantico que sou hoje, ainda acredito que posso encontrar alguém com que vala a pena envelhecer, e se a sociedade acha que pode me convencer de que é perda de tempo pernsar assim ou de que eu já estou errado, bom o que posso dizer?

    -Tente de novo! Eu ainda tenho minha "Message In A Bottle"

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  2. Legal seu comentário, ronni. é uma pena, mas realmente a medida que o tempo passa ficamos meio desiludidos e deixamos de ser românticos... tb não sou mas como era. embora ainda acredite que a beleza das belas palavras guarda o que ainda temos de belo no coração. dont stop believing.

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