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O CEMITÉRIO



“I don`t want to be buried in a Pet Sematary, I don`t want to live my life again”

-Pet Sematary, The Ramones

A morte é um mistério: O sepultamento um segredo.

-Pet Sematary, Stephen King


O cemitério “Pet Sematary”, de Stephen King é um verdadeiro conto sobre a morte. Sendo esta, o principal elemento da história de King. A morte ronda as personagens, principalmente, Louis Creed que no início da narrativa tem uma terrível e incompreensível sensação: “quando atingiu o patamar do andar de cima, foi atingido por tamanha premonição de frio”. Este conto de terror fala sobre não brincar com a morte, pois o que acontece após ela é o maior dos mistérios.

A morte de um organismo vivo não é um mistério, nossa máquina biológica possui “um prazo de validade”, de algum modo, somos perecíveis. Essa é a verdade da qual não podemos fugir e da qual todos nós temos consciência, mesmo assim, nos assustamos frente à nossa finitude. Esquecemos que a morte é algo natural, é da natureza humana morrer.

Ao longo da História da humanidade, o que parece ter acontecido é que em determinado momento os homens decidiram tapar os ouvidos e fechar os olhos para a indesejável das gentes. A negação da sua própria morte, a busca da imortalidade, a pedra filosofal. Com o avanço da tecnologia e a Medicina desbravando novos caminhos, conseguimos aumentar nosso “prazo de validade”. Embora ainda tenhamos receio de encarar o envelhecimento, pois ele nos lembra que o fim um dia chegará. É o medo da morte, há pessoas que morrem de medo da morte, literalmente, e ficam até doentes por causa disso.

Mas nem para todos a morte é um segredo que não deve ser contado as crianças, por exemplo. Para alguns a morte pode ser um alívio, a cessação de toda dor. Viver é também sofrer... e muito. Nascemos da dor, mas aprendemos a temê-la quando deveríamos, ao contrário, aprender a conviver com ela e aproveitar as coisas boas que a vida pode oferecer.

E o luto? Para aqueles que ficam, restam as lembranças das pessoas queridas que nos fizeram companhia durante nossa jornada. Devemos prestar respeito aos nossos mortos, vivendo nossa vida da melhor maneira possível. Acredito que a morte de cada um é um momento único assim como a vida é uma só, “I don`t want to live my life again”, não quero viver novamente tudo àquilo que vivi porque já vivi, revivo apenas em lembranças.

“O Homem é o único ser no mundo que sabe que deve morrer, ou seja, ele é a consciência existente da morte ou uma morte consciente de si. Como a perfeição do homem é plenitude da consciência-em-si, e como o homem é essencialmente finito em seu próprio ser, é na aceitação consciente da finitude que culmina a existência humana.” – Alexandre Kojève, em Introdução à leitura de Hegel.

Filmes recomendados:

Cemitério Maldito (Pet Sematary);

Minha vida sem mim;

Antes de partir;

Depois de partir;

Um olhar no Paraíso;

Sem medo de morrer.

Bruna Rios

Bruna Rios

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